Ele chegou, dia 21 de outubro de 2015 exatamente às 7h28 minutos, no horário local de Hill Valley, em algum lugar dos Estados Unidos. O DeLorean DMC-12 transformado em máquina do tempo se tornou um ícone da cultura pop, na trilogia “De Volta Para o Futuro”. O DeLorean DMC-12 foi desenvolvido pelo designer norte-americano John DeLorean, que atuou por anos na General Motors e foi responsável pela criação de modelos clássicos como o Pontiac Firebird. No início dos anos 1970, DeLorean decidiu se aventurar como fabricante de automóveis. Em 1976, ele finalizou o primeiro protótipo do carro que viria ser o DMC-12, que só chegou à versão definitiva em 1981.

As linhas foram traçadas por Giorgetto Giugiaro, da Ital Design. O italiano já era considerado um dos principais designers da época, responsável pelas linhas de modelos atemporais como o belíssimo De Tomaso Mangusta e o clássico Lamborghini Miura, inclusive a grelha no para-brisas traseiro tem clara inspiração no superesportivo italiano. Extravagante, as portas se abriam para cima, em estilo Asa de Gaivota, e na carroceria não se previa aplicação de tinta, em que o aço inoxidável ficaria a mostra. Ele era equipado com um motor V6 3.0 de 141 cv, que lhe permitia acelerar de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e atingir a velocidade máxima próximo a 200 km/h.

A DeLorean oferecia o modelo com duas opções de transmissão, uma manual de cinco marchas e outra automática de três velocidades.Como nos esportivos europeus, o motor era montado na traseira, o que dispensava o eixo cardã. Sofisticado, o DMC-12 tinha acabamento de ponta, com uso ostensivo de couro, ar-condicionado, sistema de som de alto padrão, o que o tornava muito caro. Em 1981 era cotado em US$ 30.000,00. Para se ter uma ideia, naquela época o Chevrolet Corvette, o grande esportivo americano, custava US$ 13.000,00 . Mas para um esportivo, os números de desempenho estavam muito aquém de um automóvel que pretendia rivalizar com o Corvette, que naquela época utilizava uma unidade Small Block V8 de 230 cv.

No filme é possível ter uma ideia de como o motor era fraco, já Marty McFly suou para se livrar de uma VW Kombi e acelerar a até 88 mph (140 km/h) para ativar o capacitor de fluxo, responsável pela viagem no tempo. O preço elevado, as confusões judiciais protagonizadas por John DeLorean e o desempenho anêmico fizeram que o DMC-12 tivesse vida curta, sendo produzido apenas entre os anos de 1981 e 1982, com cerca de 9.200 unidades produzidas. Talvez, se não fosse a extravagância do Dr. Brown, que não queria sua máquina do tempo num carro qualquer, o DMC-12 não seria tão famoso, querido e cobiçado por colecionadores e entusiastas do mundo inteiro.